Felicidades

“A felicidade e o dinheiro sempre estiveram conectados na minha vida. Se tenho grana é porque estou bem no trabalho, logo, bem comigo mesma. Porém há uma controvérsia: os momentos mais felizes que tive não dependeram de grana diretamente, mas do meu estado de espírito, de acreditar na vida, nas pessoas e na capacidade inigualável que tenho de me iludir.”


Essa interessante reflexão foi feita por uma conhecida. Comigo – e acho que com a maioria das pessoas – é parecido. Grande parte das coisas boas que vivi não dependeu necessariamente de grana. Porém, a maior parte das coisas boas que vivi, só vivi porque tinha grana.

Parece impossível fugir disso. Ao menos neste mundo.

Em minha profissão de palestrante e consultor sou exposto diariamente a altos executivos e donos de empresas, gente que tem muito dinheiro. E sabe de uma coisa? Nenhum deles chega nem perto das pessoas mais interessantes – e algumas das mais felizes - que conheço e que são, irremediavelmente, duras. Sempre batalhando por grana para pagar as contas no final do mês.

Isso me leva a concluir que existem dois tipos de felicidade: uma que se consegue com grana e outra que vem sem ela. É no equilíbrio dessas felicidades que está o segredo.

Aquela minha conhecida organiza eventos, lida com a área artística. E perguntei se ela já se imaginou como uma bancária ou funcionária pública pra garantir o sustento e poder fazer as coisas que ama. Ela estranhou a pergunta, e eu completei: o Carlos Drummond de Andrade, entre outras dezenas de artistas, poetas e escritores, viveu a vida como um burocrático funcionário público enquanto escrevia poesia. Imagine Drummond cercado diariamente de não-poetas e não-artistas, gente que não atingia seu grau de sensibilidade. Que tipo de conversas consumia seu tempo de vida? Os mesmos assuntos mundanos de nosso dia a dia? Será que ele era um sujeito feliz? Ou seria feliz apenas quando produzia suas poesias, que nada tinham a ver com sua fonte de renda?

Talvez aí esteja uma pista sobre o tal do equilíbrio: sangue de barata para suportar os pocotós e garantir o sustento. E inteligência para não se deixar contaminar pela burrice reinante, valorizando os preciosos momentos de nossas vidas que a mediocridade tenta desperdiçar. É justamente aí que surgem os mestres e os amigos especiais, mesmo os que não conhecemos pessoalmente , que nos inspiram a fazer as coisas que nos deixam felizes e que nada tem a ver com dinheiro.

Quer saber?


Felicidade é estar aqui escrevendo para você.
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Na raça e na paz Dele,
J. Braga.

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