Reflexões de período eleitoral - II

Veja que as ilustrações que usei não apontam exatamente para uma concepção de "esperança", apesar de que ela não me desagrade. A esperança está presente, mas o sentido entendido por mim transborda essa acepção. A criança que entende o sentido da existência de um único botão vermelho do controle remoto que liga e desliga o televisor (e se refastela de alegria!) tem um aprendizado cognitivo não necessariamente movido a esperança, nem de busca por segurança. A criança busca o sentido das coisas para se relacionar e comunicar melhor, ainda que seja apenas com aquela "coisa".

Mais na frente, essa criança vai precisar aprender outros mecanismos mais complexos que o funcionamento de um controle remoto para continuar entendendo as coisas, pessoas, relações, interrelações, textos, contextos e pretextos, enfim. Pra se relacionar e comunicar melhor? Também! Mas outras necessidades surgem tais como: saber o que é felicidade, desejar isso e procurar caminhos para tanto, desejar viver numa nação justa, discernir democraticamente a melhor opção para ser primeira mandatária do país, enfim.

O sentido de entender Dilma como a melhor opção supera muito a simples linha da "esperança", pois tem a ver com a harmonização complexa de muitas informações. Se fosse só "esperança", talvez, para mim empatariam, visto que são competentes gestores. Marina até perderia nesse quesito, apesar de ganhar em outros.

Sobre "forças ocultas", tenho a dizer que tenho fé em Deus, mas não digo isso com ironia. Minha perspectiva é baseada na teologia cristã que nos ensina: o próprio Deus não se permite "invadir" a vida de nenhuma pessoa. Ele só adentra a porta do coração que se lhe abre, com supremo respeito a nosso livre-arbítrio. Dito isso, não será a mão nem a mãe do "deus mercado" nem força misteriosa alguma que impedirá o ser humano de reorientar os caminhos que escolher. Ainda que haja uma decisão por não intervir (acomodação, nihilismo, omissão e até mesmo covardia), mas será uma soberana decisão nossa. Humana. Sem magias, nem bruxarias (;

O que se identificou como volátil e transnacional é, para mim, pluralidade, multiculturalismo, planetarização etc. Honestamente, meu posicionamento é que, nesse contexto, só contribui e enriquece quem tem segurança de quem é e do que quer. Só quem aprofundar sua IDENTIDADE vai poder servir de referência e oferecer SENTIDOS NOVOS a um mundo plural e multifacetado. Serra, ao colocar Lula na sua propaganda televisiva, diluiu-se.

Por fim, e para voltar ao que nos move, o sentido dessa reflexão é entender o grande sentido e pertinência da candidatura de Dilma Roussef como a que mais será capaz de dar respostas criativas e inovadoras a um mundo de olho num Brasil que aprendeu a se respeitar e se enxergar como protagonista no cenário mundial. Com Lula e com Dilma, sem dúvida, o Brasil se parece mais com ele mesmo. Será capaz de oferecer respostas novas às novas perguntas que nascem no bojo da pós-modernidade. Sentidos novos para uma humanidade nova. Respostas diferenciadas pra um mundo em busca de sentido!

Abraço!

Na raça e na paz Dele,
J. Braga.

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